O camundongo ao lado tem uma missão importante: provar de uma vez por todas que células-tronco pluripotentes induzidas (iPS) dão origem a qualquer tipo de célula do organismo. O triunfo de produzir organismos vivos inteiros e saudáveis foi atingido por dois grupos chineses (Nature e Cell Stem Cell). Eles reprogramaram células da pele de embriões já bem desenvolvidos e, depois de uma série de testes, inseriram essas células-tronco em embriões feitos em laboratório com quatro células fundidas. As iPS tomaram o comando do embrião, que, gestado por uma fêmea, deu origem 20 dias mais tarde ao filhote batizado como Xiao Xiao, ou Pequenino. Testes genéticos confirmaram que ele deriva das iPS, não do embrião de quatro células. Mas bastava olhar: as células-tronco vieram da pele de um camundongo preto, e as quatro células vinham de um animal branco. Não foi fácil: das centenas de embriões implantados, a maior parte não se desenvolveu ou sobreviveu poucos dias depois de nascer. Os dois grupos agora buscam entender o que determina o sucesso do desenvolvimento para adquirir maior controle do processo. Para Qi Zhou, do Instituto de Zoologia em Pequim e coautor do artigo da Nature, o objetivo do estudo é entender a reprogramação genética de células, não criar clones mais facilmente.
Republicar