Embora menos que no passado, os caiçaras, habitantes tradicionais da Mata Atlântica litorânea, ainda caçam animais silvestres como jacus, papagaios, sabiás, pacas, raposas, capivaras, tatus, onças, jacarés e lagartos. Os animais servem principalmente como fonte suplementar de proteínas, mas podem ter também valor medicinal, como a carne de jacu, jacaré e capivara, de acordo com um estudo realizado por Natalia Hanazaki, pesquisadora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), publicado em novembro na Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine. Ela entrevistou 116 residentes de comunidades tradicionais da Mata Atlântica da Região Sudeste, cumpriu cerca de 80 dias de trabalho de campo e verificou os hábitos de caça e os usos dos animais: por exemplo, o caramujo-do-mato é tostado, triturado e servido com o propósito de depurar o sangue das pessoas. Os recursos naturais usados pelos caiçaras ultrapassam 300 espécies de plantas, como o alecrim, e animais, como o tamanduá, além de peixes. A abertura de estradas, o uso de barcos motorizados, que facilitam a pesca, e as restrições da lei tornam a caça uma atividade esporádica.
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