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Estratégias

Franceses investem mais em pesquisa

imagem_02A pesquisa está em alta nas grandes empresas francesas. É o que anuncia o jornal Le Monde , em reportagem assinada por Annie Kahn e feita a partir de uma enquete, realizada pelo próprio jornal, com os 25 principais grupos do país. Em 1998, depois de anos em baixa, os investimentos em pesquisa feitos pelas companhias francesas aumentaram 12,2% sobre 1997, totalizando US$ 15 bilhões. Isto é resultado, segundo a reportagem, do crescimento econômico, que ressalta a necessidade de investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (PeD), e da globalização.

A globalização ocorre, inclusive, nos próprios setores de PeD. Umdos fatos marcantes da evolução das empresas, assinalado pela maioria delas, foi a abertura de laboratórios no exterior, durante os anos de 1997 e 1998. “Essa internacionalização atende a vários objetivos”, diz o Le Monde. “Antes de mais nada, visa a aproveitar melhor os talentos em qualquer lugar onde estejam, a fim de colocar-se no melhor nível da pesquisa mundial e não mais apenas francesa”, para poder enfrentar, em pé de igualdade, os concorrentes mundiais.

Alguns exemplos citados na reportagem. A France Télécom abriu um laboratório no Vale do Silício, na Califórnia, formado por uma equipe de 20 pessoas, entre as quais cinco franceses, e hoje participa diretamente das pesquisas do Medialab do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. “Já tínhamos muitos contatos com laboratórios americanos. Mas perdíamos tempo estabelecendo relações e nossa visão não era suficientemente precisa”, justifica Pascal Viginier, diretor do Centro Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento da France Télécom.

Ainda nos Estados Unidos, a L´Oréal montou, em Chicago, um centro de pesquisa de “cabelos étnicos”. No Brasil, a Renault também abriu um centro de pesquisa, no Rio de Janeiro. “Queremos trabalhar com pessoas que tenham uma outra cultura e que utilizem métodos diferentes dos nossos”, explicou Pierre Beuzit, diretor de pesquisa da empresa. E mais: “Queremos mostrar que a Renault vai ao Brasil não apenas para vender carros, mas também para resolver problemas locais”. O grupo Vivendi, por sua vez, abriu um laboratório em Hong Kong.

Já a Suez-Lyonnaise estabeleceu três centrais coordenadoras de seus laboratórios de pesquisa: uma, criada em 1998, sediada em Kuala Lumpur, na Malásia, que agrupa laboratórios na China, nas Filipinas, na Indonésia e na Austrália; outra, criada em 1997, sediada em Newcastle, na Inglaterra; e a terceira, a mais antiga, localizada nos arredores de Paris. “A pesquisa é o cartão de visita da tecnologia do grupo. É valorizadora no plano comercial”, comentou Catherine Moulin, assessora de pesquisa, desenvolvimento e inovação da Vivendi.

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