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SciELO

Fraudes em trabalhos

Eduardo CesarFraudes na produção científica não são situações raras, mesmo na área da saúde. Entre elas incluem-se alguns tipos de má conduta em autoria, como o plágio e a prática de ghostwriting (escrever um artigo com o nome de outro autor) patrocinada pela indústria farmacêutica. Um outro tipo particularmente nocivo para a ciência é o comércio de trabalhos científicos, que tem crescido na internet. O texto “Escritores-fantasma e comércio de trabalhos científicos na internet: a ciência em risco”, escrito por Maria Christina Anna Grieger, em trabalho realizado na Faculdade de Medicina de Itajubá (MG), analisou o comércio de artigos e o modo como são oferecidos esses serviços na rede. Foram selecionadas 18 páginas eletrônicas nacionais que oferecem serviços de elaboração de artigos científicos, monografias, dissertações e teses. Para cada uma foi enviada mensagem solicitando informações sobre a elaboração de uma monografia de conclusão de um curso de especialização fictício. A pesquisa já havia sido realizada, de forma que suas características técnicas, éticas e bibliográficas já eram conhecidas pela autora da pesquisa. Os resultados indicaram que, das 18 empresas consultadas, dez aceitaram a encomenda e, exceto por uma delas, não se opuseram às condições impostas previamente: pesquisa de campo, aprovação por comitê de ética em pesquisa e utilização das normas de Vancouver. Seis não responderam e duas não aceitaram a encomenda alegando não ter colaboradores disponíveis.

Revista da Associação Médica Brasileira – v. 53 – nº 3 – São Paulo – maio/jun. 2007

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