Passear por uma toca de tatu é tarefa impossível para uma pessoa adulta. Não para o paleontólogo Francisco Buchmann, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em São Vicente. Ele descobriu mais de 60 túneis escavados por tatus-gigantes, extintos há cerca de 10 mil anos, como relatou em maio na XXIV Jornada Argentina de Paleontologia de Vertebrados. Outros pesquisadores já haviam encontrado paleotocas, mas as de Buchmann são as primeiras que não foram preenchidas por sedimentos. O diâmetro de até 2 metros dessas tocas, a maior parte delas no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, permite que o pesquisador busque indícios da vida desses animais sem ter de rastejar. Ali há marcas deixadas pela carapaça e pelas garras dos tatus, às vezes até com impressão dos pelos, que Buchmann copia com moldes de silicone para comparar a fósseis em museus. Ele acredita que os tatus-gigantes cavavam tocas perto de rios, com entrada de um lado do morro e saída do outro, em pontos altos para evitar inundações (Portal da Unesp).
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