Imprimir Republicar

Obituário

Geógrafa Bertha Becker morre aos 83 anos

Professora-emérita da UFRJ era uma estudiosa da Amazônia

Bertha Becker era referência internacional na área da geografia política

IISD/Divulgação - Junho/2012Bertha Becker era referência internacional na área da geografia políticaIISD/Divulgação - Junho/2012

A geógrafa Bertha Koiffmann Becker morreu no sábado, dia 13 de julho, aos 83 anos. Professora emérita da Universidade Federal de Rio de Janeiro (UFRJ), ela era uma referência internacional na área da geografia política, principalmente em estudos sobre a Amazônia. Integrante da Academia Brasileira de Ciências (ABC), deu aulas por quase 20 anos no Instituto Rio Branco, vinculado ao Ministério das Relações Exteriores.

Bertha Becker era conhecida pelo método de atuação que unia teoria à pesquisa de campo. Para conhecer a fundo a Amazônia, ouvia todos os grupos sociais – índios, caboclos, ribeirinhos, trabalhadores urbanos, empresários, Igreja e governo. Propunha uma visão integrada, sem extremismos, como único caminho para conciliar a preservação e o desenvolvimento dessa região que cobre um pouco mais da metade do território brasileiro.

Para ela, grandes empreendimentos empresariais, a despeito da aversão gerada pelas experiências malsucedidas nos anos 1970, devem coexistir com pequenos projetos de produção familiar. Classificava a Amazônia como uma “floresta urbanizada”, na qual que milhares de migrantes atraídos para ocupar a floresta acabaram se concentrando em grandes aglomerados, tangidos pela dificuldade de acesso à terra e por conflitos fundiários.

A geógrafa publicou 19 livros, sendo o mais recente “A urbe amazônica entre a floresta e a cidade”. Bertha Becker morreu em seu apartamento no Rio de Janeiro, de complicações decorrentes de um câncer de pulmão.

Leia entrevista de Bertha Becker publicada na edição número 102 de Pesquisa FAPESP, publicada em agosto de 2004.

Republicar