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Tecnociência

Homeopatia, ainda sem explicação

Há quase um ano, o químico alemão Kurt Geckeler convidou outros cientistas a repetir os resultados que ele e seu colega Shashadhar Samal obtiveram em um experimento realizado no Instituto Kwangju de Ciência e Tecnologia, da Coréia do Sul. Eles verificaram que sucessivas diluições de uma substância em outra formariam agregados de moléculas cada vez maiores. Esse efeito ajudaria a entender a homeopatia, segundo a qual a ação biológica de uma substância dissolvida em água é preservada após diluições sucessivas.

O químico Alfredo Mayall Simas, seu aluno de doutorado Fernando Hallwass e o físico Mário Engelsberg, da Universidade Federal de Pernambuco, tentaram aplicar essa ideia em uma pesquisa. Só que não chegaram aos mesmos resultados – o que, no mundo científico, põe em xeque qualquer experimento, cujo valor depende da sua reprodutibilidade. “A diluição sucessiva não afetou o tamanho final do agregado em nossos experimentos”, diz Simas, que coordenou também um trabalho sobre moléculas com propriedades ópticas especiais.

Os brasileiros usaram cloreto de sódio (NaCl) e ciclodextrina, compostos utilizados no trabalho original. O estudo sai este mês na revista Chemical Communications, que já havia publicado o experimento de Geckeler e Samal.

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