O vitiligo acomete, em média, 1% da população mundial. Mais de 75% dos pacientes têm autoimagem depreciativa em relação à doença. Seu impacto emocional é muitas vezes negligenciado pelo cuidador, influenciando negativamente o prognóstico. Os pesquisadores Lucas S.C. Nogueira, da Universidade Católica de Brasília, Roberto D. Azambuja Pedro e C.Q. Zancanaro, do Hospital Universitário de Brasília, verificaram o efeito do vitiligo sobre as emoções e discutiram as últimas descobertas sobre a interação mente-corpo e seu desdobramento sobre a doença. Cem pacientes com vitiligo responderam, na primeira consulta, a uma pergunta sobre as emoções que a presença das manchas lhes provocava. Entre os que tinham manchas em áreas expostas, 80% queixaram-se de emoções desagradáveis, em relação a 37% dos que tinham manchas em áreas não expostas. As emoções mais referidas foram medo (71%), vergonha (57%), insegurança (55%), tristeza (55%) e inibição (53%). Qualquer doença crônica produz uma vivência negativa propiciada pela expectativa de sofrimento. O vitiligo é um desafio à autoestima. Além de uma orientação científica adequada, o paciente carece de conforto emocional. A resposta e a adesão ao tratamento e até mesmo a resiliência diante de eventuais falhas terapêuticas dependem da boa relação médico-paciente. Os resultados estão no artigo “Vitiligo e emoções”.
Anais Brasileiros de Dermatologia – vol. 84 – nº 1 – Rio de Janeiro – jan./fev. 2009
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