Vai acontecer no Rio de Janeiro, entre os dias 5 e 6 de dezembro, a sétima edição do Encontro Brasileiro de Integridade em Pesquisa, Ética na Ciência e em Publicações (Brispe). O tema escolhido para o evento é “Integridade da pesquisa e inteligência artificial generativa: explorando novas formas de fazer e comunicar a pesquisa”. Para participar, é preciso pagar uma taxa, que varia de acordo o perfil dos participantes, de R$ 150, para professores de educação básica e estudantes de pós-graduação brasileiros, a R$ 350, professores, pesquisadores e profissionais do país. As taxas para participantes do exterior vão de US$ 50 a US$ 470. As inscrições podem ser feitas no site www.viibrispe2024.com.
De acordo com Sonia Vasconcelos, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro do comitê organizador do Brispe, o tema da inteligência artificial foi escolhido por seu potencial de transformar o ambiente de produção e de avaliação da ciência. “Esse é um momento de encantamento, permeado por muitas incertezas sobre o que seriam as melhores práticas, por exemplo, na incorporação do que é gerado por esses modelos na concepção e no relato de pesquisas”, disse. “Poucos meses depois do lançamento do ChatGPT, no final de 2022, as principais editoras científicas rapidamente se posicionaram para sinalizar que a responsabilização dos autores sobre usos das ferramentas de IA generativa seria ainda mais explicitada, embora não houvesse clareza para o próprio sistema de publicações sobre limites de uso e de políticas de transparência.”
Os temas das edições anteriores do Brispe mostram como vem evoluindo a agenda da integridade científica no país. O encontro inaugural, realizado em 2010 no Rio de Janeiro e em São Paulo, debruçou-se sobre práticas nocivas para a confiabilidade da pesquisa, como plágio, fabricação de dados e fraudes, em um momento em que ações concretas em relação a esses temas ainda eram incipientes no país e no mundo. O II Brispe, em 2012, sediado no Rio, em São Paulo e em Porto Alegre, teve um foco maior na integridade científica em um cenário de mudanças em curso na maneira de produzir, comunicar e revisar a ciência. O III Brispe, realizado em 2014 no auditório da FAPESP, em São Paulo, trouxe a discussão de integridade para um ambiente institucional, com foco na responsabilidade conjunta de pesquisadores, estudantes e gestores, explorando aspectos que relacionam a integridade e a governança. O IV Brispe, sediado em Goiânia em 2016, enfatizou o papel dos orientadores na pós-graduação, editoras e agências de fomento na promoção de uma cultura de integridade e sua relação com a saúde do ambiente de pesquisa. A quinta edição, organizada em Porto Alegre em 2018, abordou a importância da integridade e a confiabilidade dos registros de pesquisa em meio a discussões que se aprofundavam sobre a reprodutibilidade dos resultados científicos. O VI Brispe, realizado durante a pandemia, entre 2020 e 2021, promoveu uma série de encontros virtuais para discutir as articulações entre a integridade, a ciência aberta e práticas culturais relacionadas à autoria de trabalhos científicos e desafios associados, em um ambiente de maior exposição pública da pesquisa para os pares e para a sociedade. “Como a confiabilidade e a eticidade na proposição, condução, comunicação, revisão e publicação da pesquisa estão conectadas na agenda de integridade científica, abordar a inteligência artificial generativa foi um desdobramento natural para o VII Brispe, em 2024”, explica Vasconcelos.
Na véspera do próximo encontro, no dia 4 de dezembro, será realizado o Doctoral Forum, uma sessão fechada para alunos de doutorado inscritos no evento com projetos em andamento relacionados ao tema da conferência ou a tópicos sobre integridade em pesquisa. Eles poderão compartilhar ideias e discutir o progresso de seus projetos com colegas e pesquisadores experientes nas áreas de integridade em pesquisa e ética em publicações. As inscrições para o Doctoral Forum poderão ser feitas até 15 de setembro (https://www.viibrispe2024.com/about-4-1).
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