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InCor inaugura espaço reservado à pesquisa

Samuel IavelbergCada coordenadora de estudo, que auxilia os médicos nas pesquisas clínicas, ganhou uma estação de trabalhoSamuel Iavelberg

Todos os laboratórios relacionados às áreas clínicas e cirúrgicas de cardiologia e pneumologia serão reunidos em um mesmo local para facilitar a troca de informações entre pesquisadores e também incentivar novas pesquisas. No dia 15 de setembro, o Departamento de Cardiopneumologia do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo inaugurou a primeira fase do novo Centro de Pesquisa Clínica Professor Fúlvio Pileggi. Os laboratórios e a equipe, até hoje espalhados pelos oitos andares dos dois prédios do InCor, ocuparão um andar inteiro. O valor do investimento é de R$ 2,5 milhões com predomínio de recursos financeiros da FAPESP e com colaboração da Fundação Zerbini da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Serão 1200 metros quadrados (m2) dedicados às pesquisas. Nessa primeira etapa, foram inaugurados três dos 15 consultórios médicos, a sala das esteiras ergométricas – usadas para checar o esforço que o coração faz durante o exercício físico – área de arquivo dos estudos e guarda dos medicamentos, área de coleta de amostras biológicas e as estações de trabalho das 12 coordenadoras de estudo que dão suporte às pesquisas clínicas realizadas pelos médicos, totalizando uma área de 300 m2. Mais de 50 pesquisadores se beneficiarão da obra que deve ser finalizada no início de 2013. E esse número pode aumentar. “Uma área específica dedicada ao estudo é chamariz para ampliar o número de pesquisas realizadas”, acredita Francisco Vargas, presidente da Comissão Científica que coordena o Centro de Pesquisa e diretor da Divisão de Pneumologia do InCor.

A Comissão Científica, por meio da sua gestão de pesquisa clínica, reuniu todos os laboratórios em um único ambiente com o intuito de otimizar o trabalho dos pesquisadores. “O processo, o atendimento e os próprios procedimentos de normatização das pesquisas serão mais facilmente controlados”, diz Christina Costa, diretora da Comissão Científica do InCor. Segundo Christina, os pesquisadores perdiam tempo se locomovendo pelo andares e prédios do InCor quando os ambientes de exame ao paciente ficavam em um andar, a coordenadora em outro e sua sala em outro.

A distância dificultava a troca de informações entre os próprios pesquisadores e coordenadores. “A condução de um estudo clínico necessita de uma equipe de profissionais altamente engajados que conheçam todos os trâmites envolvidos numa pesquisa bem como de um centro estruturado de maneira a atender os projetos desenvolvidos na instituição”, diz Vargas.

O novo Centro terá internet sem fio e o arquivo de dados de todos os pacientes do instituto será computadorizado. Para Vargas, essa centralização eletrônica também permitirá novos estudos epidemiológicos. Isso porque os dados coletados estarão em uma única base informatizada que poderá ser acessada pelos pesquisadores e coordenadores interessados. Eles poderão cruzar os dados das pesquisas, ação antes dificultada pela falta desse sistema.

Além disso, o centro contará com um escritório de gestão coordenado por Marcio Gomes Cruz. Sua equipe se encarregará de todo o processo burocrático que envolve uma pesquisa, como a prestação de contas para as financiadoras ou a atualização do currículo Lattes do pesquisador. “Atualmente, a carga burocrática é um grande problema. Ela exige tempo. Esse escritório permitirá que ele se direcione apenas a fazer aquilo que gosta: a pesquisa”, diz o médico. Vargas conta que diariamente é publicado mais de um trabalho em revistas científicas de pesquisadores relacionados ao InCor. “Agora, a Plataforma Lattes [um conjunto de sistemas de informações sobre pesquisadores brasileiros] será um espelho do que o instituto realmente produz”, completa.

O nome do Centro foi escolhido em homenagem ao cardiologista Fulvio Pileggi, professor da Faculdade de Medicina da USP que dirigiu o InCor por 17 anos, até a aposentadoria em 1997. Entre suas realizações científicas, o médico ajudou a implementar a eletrocardiografia – técnica que registra a atividade elétrica do coração – no Brasil. Celso Lafer (presidente da FAPESP), Eduardo Moacyr Krieger (vice-presidente) e Ricardo Brentani (diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo) estiveram presentes na inauguração ao lado dos diretores do InCor e do Hospital das Clínicas.

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