Imprimir PDF Republicar

Há 50 anos

Instantâneos climáticos

Oceanógrafo revê estudos e discussões sobre aquecimento global de meio século atrás

ARQUIVO PESSOAL Emilsson hojeARQUIVO PESSOAL

O islandês Ingvar Emilsson era diretor do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP) em 1957, quando foi entrevistado por um repórter do jornal Diário da Noite sobre notícia referente a mudanças climáticas. Aos 30 anos, na qualidade de pesquisador em oceanografia física, falou sobre as conclusões de um artigo do físico húngaro Joseph Kaplan publicado nos Estados Unidos, que previa o derretimento das calotas polares e o aumento do nível do mar como conseqüência do aquecimento da atmosfera provocado pelas atividades humanas.

Este ano Pesquisa FAPESP encontrou o professor Emilsson na coordenação das Plataformas Oceanográficas, que opera os navios de pesquisa da Universidade Nacional Autônoma do México (Unam). Ao receber algumas perguntas, via e-mail, com um pedido para se manifestar sobre aquele momento, o pesquisador enviou o texto ao lado – um retrato de como se pensavam algumas questões climáticas há 50 anos.

Ingvar Emilsson tem agora 80 anos e é natural de um povoado de pescadores na Islândia oriental. Estudou física, matemática e geografia física e se doutorou em oceanografia física nas universidades de Oslo e Bergen, na Noruega. Na época participou de missões de pesquisa marinha nas regiões árticas. Em 1953 foi convidado a trabalhar no Instituto Oceanográfico da USP e se encarregou de criar a Seção de Oceanografia Física.

Em 1960, ao morrer o professor Wladimir Besnard, então diretor do instituto, o islandês assumiu o cargo. Sobre o período no Brasil, disse Emilsson: “É um lugar onde eu e a minha família passamos alguns dos melhores anos de nossas vidas”.

Em 1964 começou a trabalhar na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como especialista em oceanografia física dentro do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Em 1969 foi nomeado responsável pela educação em ciências do mar na sede da Unesco em Paris. Em 1970 a Unesco o enviou para o México, onde o encarregou de gerenciar projetos de vários programas de assistência técnica em ciências marinhas.

Ao completar 60 anos em 1986 saiu da Unesco, mas continuou trabalhando no Instituto de Ciências do Mar e Limnologia da Unam, fazendo pesquisa e ensinando na pós-graduação. Desde 1994 está na coordenação das Plataformas Oceanográficas, que opera os navios de pesquisa da universidade, um no oceano Pacífico e outro no golfo do México.

Veja também texto Notas e lembranças de Emilsson

Republicar