Investigações feitas nos últimos cinco anos pela Universidade Estadual de Ohio (OSU), nos Estados Unidos, identificaram vários casos de má conduta em artigos assinados pelas cientistas Michela Garofalo e Flavia Pichiorri. Na época, elas trabalhavam no laboratório do oncologista ítalo-americano Carlo Croce, na Faculdade de Medicina da OSU.
Cópias dos relatórios finais de dois desses inquéritos obtidas pela revista Nature por meio da lei de acesso à informação indicam que Garofalo plagiou texto de várias fontes e falsificou imagens em oito artigos, dos quais sete foram assinados também por Croce. Já Pichiorri fabricou e falsificou dados em três papers, um deles publicado quando ela fazia seu estágio de pós-doutorado no laboratório de Croce.
O comitê de investigação da OSU indicou as referências completas dos trabalhos problemáticos. Até agora, apenas um deles foi retratado, dois foram corrigidos e um recebeu uma nota do editor. Também foi sugerido que as pesquisadoras não voltem a ser recontratadas pela instituição no futuro.
Garofalo e Pichiorri contestaram as investigações da OSU, caracterizando-as como “falsas, tendenciosas e discriminatórias”. Elas também afirmaram à Nature que “medidas legais serão tomadas”.
Um terceiro inquérito concluiu que Carlo Croce não foi, ele próprio, culpado pelos casos de má conduta. Ainda assim, os investigadores criticaram o modo como o pesquisador administra seu grupo de pesquisa. “Os comportamentos inadequados daqueles que trabalham naquele laboratório se devem, em parte, à má orientação e falta de supervisão de Croce”, escreveram. Ele se defendeu dizendo que sua equipe participava de treinamentos sobre plágio e ética em pesquisa, embora vários membros neguem essa informação.
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