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Tecnociência

Jogar futebol altera o cérebro?

Cabecear uma bola com frequência, como fazem os jogadores de futebol, pode produzir pequenas modificações estruturais no cérebro, em especial na arquitetura da chamada massa branca, composta de células da glia e axônios mielínicos que fazem a comunicação entre as diversas áreas desse órgão vital. Polêmica, a hipótese foi levantada por um trabalho feito por cientistas da Escola Médica da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, e da Universidade Ludwig-Maximilians, de Munique (Journal of the American Medical Association 14 de novembro). Com o auxílio de um aparelho de ressonância magnética especial, mais sensível que seus congêneres tradicionais, os cientistas produziram imagens detalhadas do cérebro de 12 jogadores profissionais de times da Alemanha e as compararam com registros da cabeça de oito nadadores de elite, esporte em que quase não há traumas nessa região do corpo. Nenhum dos participantes do estudo tinha histórico médico de lesões no cérebro. “Nosso trabalho encontrou diferenças na integridade da massa branca dos jogadores que são similares a lesões apresentadas por pacientes que sofreram traumas leves no cérebro”, diz Inga Katharina Koerte, principal autora do estudo. Os cientistas são, no entanto, cautelosos em relacionar as modificações no cérebro dos jogadores à prática de futebol, pois outros fatores podem estar relacionados a elas.

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