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Boas práticas

Má conduta exposta

Ativista da integridade científica da Índia é reconhecido em lista de pesquisadores influentes em 2025

O cientista de dados indiano Achal Agrawal foi apontado como um dos 10 pesquisadores que ajudaram a moldar a ciência no mundo em 2025, segundo uma lista publicada pela revista Nature. Em 2022, ele deixou seu emprego em uma universidade da Índia e criou uma iniciativa para conscientizar a comunidade científica sobre má conduta. O India Research Watch (IRW) é uma organização sem fins lucrativos, administrada por pesquisadores e estudantes voluntários, que aponta problemas de integridade em publicações e recebe denúncias sobre violações éticas. O grupo passou a publicar análises sobre retratações de artigos de pesquisadores de instituições indianas em um perfil da rede profissional LinkedIn, hoje com 79 mil seguidores. Agraval e seus colaboradores também costumam escrever na imprensa local sobre integridade e ministrar workshops em universidades indianas.

Moumita Koley, analista de políticas de pesquisa do Instituto Indiano de Ciência em Bangalore, disse à revista Nature que o IRW teve o condão de estimular discussões sobre má conduta em pesquisa, especialmente entre pesquisadores em início de carreira. Koley teve contato com Agrawal por meio do LinkedIn e os dois passaram a escrever juntos sobre integridade. “O que ele faz é bastante impressionante”, diz ela, referindo-se à abordagem de Agrawal baseada em dados.

De acordo com a Nature, Koley e Agrawal demonstraram em 2024 que certas universidades privadas vinham galgando posições no Quadro Nacional de Classificação Institucional (Nirf), um ranking de universidades da Índia divulgado todos os anos pelo Ministério da Educação do país, embora tivessem pesquisadores com um número exagerado de artigos que sofreram retratação por má conduta. Atribuiu-se ao trabalho da dupla influência na decisão do governo de tirar pontos de instituições cujos docentes tiveram muitos estudos invalidados e de ameaçar descredenciá-las caso o problema persistisse nos próximos anos (ver Pesquisa FAPESP nº 355).

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