O manjericão, conhecido ingrediente da culinária, pode adentrar o universo restrito dos perfumes finos e ser produzido em grande escala. Estudos realizados pelo agrônomo Nilson Maia, do Centro de Análise e Pesquisa Tecnológica do Agronegócio de Horticultura, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), levaram à descoberta de que é possível extrair dessa erva aromática o linalol, óleo essencial usado na composição de alguns perfumes. O Chanel nº 5, por exemplo, utiliza o óleo essencial do pau-rosa, árvore amazônica com alto teor dessa substância. “O objetivo do trabalho era obter o linalol natural a partir do manjericão para substituir o sintético, usado em produtos aromáticos como sabão, sabonete e produtos de limpeza”, conta Maia.
No início da pesquisa, Maia trabalhou com outras plantas de potencial agrícola com linalol na composição, como louro e laranja. A escolha recaiu sobre o manjericão porque, em apenas três ou quatro meses de cultivo, a planta está pronta para ser utilizada. A primeira fase da pesquisa teve financiamento de R$ 9.500,00 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Agora, para obter o linalol com maior índice de pureza, o pesquisador precisa de parcerias com a indústria. Por enquanto, a única proposta vem de uma empresa norte-americana interessada em se instalar no Brasil para obter o óleo do manjericão.
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