Praticamente não há mais 1 quilômetro quadrado de oceano que não sinta os efeitos da presença humana no planeta. Uma equipe internacional de pesquisadores coordenada por Benjamin Halpern, do Centro Nacional de Análise e Síntese Ecológica dos Estados Unidos, analisou as conseqüências da pesca, da poluição e das alterações climáticas sobre os mares do globo. O grupo constatou que apenas 4% das águas dos oceanos permanecem em estado considerado bem conservado. Mas as atividades humanas já causaram um forte impacto sobre 40% dos mares (Science). As águas do Caribe oriental, do mar do Norte na Europa e em torno do Japão e parte da Austrália são as mais afetadas pelas atividades humanas. O gelado ambiente marinho que circunda os pólos é o mais bem preservado. Ao longo da costa brasileira, a degradação dos oceanos se situa entre o grau médio e o médio alto. “Esse projeto nos permite finalmente começar a ver como o ser humano está afetando os oceanos”, diz Halpern. “Nossos resultados mostram que, quando se somam todos os tipos de impacto individual, surge um quadro geral que parece muito pior do que a maioria das pessoas imagina. Foi uma surpresa para mim.”
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