Um curativo formado por centenas de agulhas microscópicas que se dissolvem no organismo promete aprimorar o tratamento do câncer de pele com terapia fotodinâmica, que usa luz para ativar compostos que destroem as células tumorais. As microagulhas permitem injetar ácido aminolevulínico em camadas mais profundas da pele do que o uso de cremes à base do composto. Ativado por um laser, o ácido desencadeia a produção de compostos tóxicos para as células doentes. Testes com animais de laboratório portadores de uma forma humana de câncer de pele indicaram que as microagulhas aumentaram a penetração do ácido no tumor, permitindo atingir regiões mais profundas do que o creme tópico (Journal of Biophotonics, 27 de setembro). “Esse avanço pode permitir aumentar a taxa de cura no tratamento de lesões mais profundas”, conta a física Michelle Requena, autora do estudo. “Para tornar a técnica tão eficiente quanto a cirurgia, precisamos melhorar o índice de destruição do tumor”, afirma o físico Vanderlei Bagnato, da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos, coordenador do estudo e do Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica, um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da FAPESP.
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