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BOAS PRÁTICAS

Modelo busca dar mais segurança à seleção de projetos por sorteio

Fundações privadas e agências públicas de apoio à ciência de países como Nova Zelândia, Áustria, Alemanha, Suíça e Dinamarca já adotaram sistemas de loteria para selecionar projetos em determinadas modalidades de financiamento. O objetivo geralmente é evitar vieses em processos de avaliação que privilegiem grupos consolidados e dar chance também aos menos experientes. A maioria das instituições aplica sistemas randomizados para escolher projetos na fronteira do conhecimento, em torno dos quais há grande incerteza sobre os resultados que serão alcançados.

Já outras, como a Fundação Nacional da Ciência da Suíça (SNSF), usam loterias para apontar um grupo restrito de vencedores entre numerosas propostas que têm boa qualidade, mas não são excelentes. Um grupo de pesquisadores suíços propôs um método para tornar mais criteriosa a seleção de projetos por loteria da SNSF. A metodologia, semelhante à usada para classificar jogadores de beisebol nos Estados Unidos e unidades de saúde na Holanda, cria uma hierarquia que reduz o número de propostas incluídas no sorteio, destacando um universo mais restrito e com qualidade realmente equivalente.

Para fazer uma seleção mais precisa, leva-se em conta o comportamento dos especialistas que participaram da triagem inicial das propostas, comparando as decisões de cada um deles com as do grupo inteiro, e atribuindo notas aos projetos capazes de corrigir eventuais distorções na avaliação individual. Para ter uma ideia dessa diferença de comportamento, uma análise recente de 38.250 relatórios de revisão por pares em 12.294 projetos da SNSF mostrou que avaliadores do sexo masculino e de fora da Suíça concederam pontuações mais altas do que revisores do sexo feminino e radicados no país. De acordo com os autores, vinculados à própria SNSF e às universidades de Zurique e Berna, na Suíça, e de Bristol, no Reino Unido, a vantagem do método é tornar mais objetivo o critério de escolha das propostas a serem sorteadas. O trabalho foi publicado em maio na revista científica Statistics and Public Policy.

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