Estúdio BaenaA jornalista Maria da Graça Soares Mascarenhas, gerente de comunicação da FAPESP desde 2002, morreu na manhã de sábado (09/03), em São Paulo. Foi velada no Cemitério do Araçá e cremada na Vila Alpina. Tinha 71 anos.
Nasceu em Salvador em 18 de dezembro de 1947, filha de Lucia Soares Mascarenhas e Gilberto Fonseca Mascarenhas. Era mãe da bióloga e professora de inglês Mariana Mascarenhas Winnandy e esposa do jornalista Yves Leon Winnandy.
Seu corpo foi velado por dezenas de amigos e colegas de trabalho que, sob sua liderança e coordenação, criaram e consolidaram a rede de comunicação institucional e científica da Fundação: o site da FAPESP, a Agência FAPESP, o boletim Pesquisa para Inovação, o programa Ciência Aberta, série de entrevistas para o canal Futura, as FAPESP Week – encontros realizados em diversos países para fortalecer a cooperação entre pesquisadores de São Paulo e do exterior, além de dezenas de eventos e publicações anuais como o Relatório de Atividades, livros, projetos especiais, entre outros.
Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP, presente ao velório, lamentou ter tido pouco tempo de convívio com Mascarenhas – ele assumiu o cargo em outubro de 2018 –, mas que esse curto período tinha sido suficiente para que ele reconhecesse, além de sua gentileza e dedicação, a qualidade do trabalho que ela desempenhou à frente da Gerência de Comunicação.
“Graça tinha uma dedicação enorme à FAPESP e um profundo conhecimento do que fazia. Criou uma equipe de comunicação excelente na Fundação e exercia com naturalidade sua liderança, pois tinha paixão pelo que fazia. E sabia conduzir sua equipe e aconselhar a direção com sabedoria e elegância”, disse Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP.
“Conheci Graça em 1997, quando eu era presidente da FAPESP e ela veio para nos ajudar a estruturar as iniciativas em comunicação, trazida pela Mariluce Moura. Nestes 22 anos, Graça foi definidora para a comunicação institucional da FAPESP. Seu nome apareceu pela primeira vez, como editora executiva no Notícias FAPESP de abril de 1997 e, desde então, dedicou-se integralmente a criar e facilitar a comunicação da FAPESP com o público, montando e liderando uma equipe excepcional. Sentiremos sua falta”, afirmou Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fundação, que ocupou o cargo de presidente da instituição entre 1996 e 2002.
“Desde que comecei a atuar como assessor da presidência, em 2007, e especialmente nesses quase dois anos como diretor administrativo, tive a grande alegria de conviver com a Graça e desenvolver uma profunda admiração por suas qualidades pessoais e profissionais: sua generosidade, sua competência, sua tranquilidade, sua eficiência, sua franca amizade eram marcantes. A Graça era daquelas pessoas que fazem a diferença, não apenas cumprindo perfeitamente sua função, como ainda se excedendo em benefício da FAPESP e do interesse público. Estará sempre em nossas melhores lembranças”, disse Fernando Menezes de Almeida, diretor administrativo da FAPESP.
“Era uma pessoa de valores elevados, uma das melhores pessoas com quem convivi na FAPESP”, disse José Goldemberg, que presidiu a Fundação de 2015 a 2018.
“A Graça, com quem tive o privilégio de trabalhar no período em ocupei o cargo de presidente do Conselho da FAPESP era uma profissional de primeira qualidade. Tinha uma indiscutível seriedade intelectual, imenso senso de responsabilidade e inquebrantável dedicação à Fundação e ao papel da instituição no cenário da Ciência e da Pesquisa em São Paulo e no Brasil. Só tenho palavras de amizade e respeito por seu trabalho e por sua pessoa. Ela tinha gosto no preparo dos Relatórios de Atividades e na escolha dos artistas que ilustravam essa publicação, o que também era uma expressão de seu gosto pelas artes plásticas”, disse Celso Lafer, presidente da FAPESP de 2007 a 2015.
“Eu a conheci quando, em 2001, fui designado para o Conselho Superior da FAPESP. No ano seguinte, e até 2007, assumi a presidência da Fundação e de seu conselho. Durante este período, tivemos contatos constantes e fomos aprendendo, sem dificuldade, a nos respeitar, profissionalmente, e a nos querer bem, existencialmente. A equipe que Graça montou, e, elegantemente, coordenava, na Comunicação da FAPESP, tinha e tem a dinâmica do sempre melhor. Criamos juntos a Agência FAPESP, em 2003”, disse Carlos Vogt, ex-presidente da FAPESP e coordenador do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Universidade Estadual de Campinas (Labjor-Unicamp).
Graça Mascarenhas fez o primeiro ano da graduação em Jornalismo na Universidade Federal da Bahia (UFBA), em 1969, depois de passar pela Escola de Sociologia e Política em Salvador, fechada no fim de 1968 pela ditadura civil-militar. Mudou-se para São Paulo, onde se graduou na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Trabalhou nas redações da revista Visão, do jornal O Estado de S. Paulo e das revistas Globo Rural e Galileu.
“Além dos familiares, Graça deixa uma legião de colegas, amigos e admiradores de sua calma sabedoria, de seu jeito ponderado e carinhoso, que recobriam uma firmeza de propósitos e princípios inabalável. Dona de uma extraordinária capacidade de trabalho, sua reconhecida competência para liderar grandes equipes era exercida com notável suavidade e um senso de justiça inigualável. Postura ética de alto nível e generosidade eram palavras associadas ao seu perfil”, disse a amiga jornalista Mariluce Moura, com quem trabalhou na FAPESP por muitos anos. Graça entrou na Fundação em 1997 como editora executiva do boletim Notícias FAPESP e participou ativamente de sua transformação na revista Pesquisa FAPESP em 1999.
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