Uma tecnologia chamada Curvace (sigla em inglês de Curved artificial compound eye, ou componente ocular artificial curvo), que reproduz a arquitetura dos olhos das moscas drosófilas, foi desenvolvida por grupos de pesquisa ligados a institutos e universidades europeias, sob a coordenação da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça. O olho das drosófilas é composto por centenas de detectores de luz que permitem ao inseto acompanhar, simultaneamente, uma série de movimentos rápidos em várias direções. O olho artificial é composto por três camadas: microlentes dispostas em superfícies curvas e flexíveis, detectores de luz que imitam os circuitos neurais da mosca e um circuito embutido que permite programar o tratamento dos sinais luminosos. Sua arquitetura proporciona uma visão panorâmica e sem distorções, com resolução idêntica à obtida pelo olho do inseto, mas com capacidade de capturar imagens três vezes mais rapidamente. A inclusão de fotorreceptores neuromórficos – que simulam os circuitos cerebrais – permite a detecção de imagens em diferentes intensidades de luz do ambiente. A tecnologia pode ser usada em aplicações da área de defesa, como veículos aéreos não tripulados (Vants) e em sistemas de segurança e vigilância (Proceedings of the National Academy of Sciences, 20 de maio).
Republicar