Até agora a aterosclerose, a formação de placas de gordura nos vasos sanguíneos, era vista como uma condição ligada à alimentação rica em gordura e ao
sedentarismo: era uma doença da modernidade. No entanto, a aterosclerose foi detectada em 37% de 137 múmias de quatro continentes – 76 eram do Egito, 51 do Peru, 5 dos Estados Unidos e 5 da região do Alasca que viveram ao longo dos últimos 4 mil anos e agora foram examinadas por meio de tomografia computadorizada corporal total (The Lancet, 10 de março). Segundo o médico Randall Thompson, pesquisador da Universidade de Missouri Kansas, Estados Unidos, e principal autor desse estudo, a identificação de placas de gordura nas paredes das artérias sugere que a doença era comum mesmo entre populações distantes entre si. Também levanta a hipótese de que existe uma predisposição humana natural à doença, que poderia ser mais uma consequência do envelhecimento do que do tipo de dieta. Todas as pessoas que foram mumificadas eram vegetarianas e tinham levado uma vida fisicamente muito ativa. A idade média das mortes relacionadas diretamente à aterosclerose era de 43 anos. Nos últimos séculos, os óbitos por infecções se tornaram bastante comuns.