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Silício

Músculos fortes como o aço

No futuro, o mundo poderá ser povoado de robôs dotados de músculos fortes como o aço, leves como o ar e flexíveis como a borracha. Um importante passo para tornar realidade essas máquinas foi dado por um grupo de pesquisadores do Instituto Alan MacDiarmind de Nanotecnologia da Universidade do Texas em Dallas, nos Estados Unidos, que conseguiu chegar a um material com essas propriedades, mesclando nanotubos de carbono com aerogel, um novo material sólido e extremamente leve baseado no silício. O segredo da composição é o alinhamento vertical dos nanotubos, em uma estrutura parecida com uma floresta de bambus. Quando uma tensão elétrica é aplicada no conjunto, ele se contrai e se expande numa velocidade incrível – movimento similar ao dos músculos naturais. “O lado fascinante desse fenômeno está ligado às propriedades dessas folhas de nanotubos. Além de ser bastante leve, com densidade semelhante à do ar, esse material é condutor e suas propriedades elásticas permitem que o fenômeno ocorra em situa­ções de temperaturas extremas, entre ­193 e 1.500 graus Celsius”, afirma o físico brasileiro Alexandre da Fonseca, um dos pesquisadores responsáveis pela descoberta, formado pela Universidade de São Paulo (USP). A primeira aplicação do músculo artificial, capaz de expandir-se a uma taxa mil vezes maior do que um músculo natural, será na confecção de células solares mais eficientes. Outro brasileiro, o engenheiro de materiais Márcio Dias Lima, também participou do desenvolvimento e assinou junto um artigo na revista Science (20 de março).

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