Uma nova ferramenta permitiu calcular com mais precisão a espessura e o ritmo de deslocamento das placas de gelo na Antártida. A interferometria por radar de abertura sintética (InSAR) compara duas ou mais imagens de radar obtidas em períodos distintos por satélites de sensoriamento remoto de órbita baixa. Assim, é possível gerar mapas detalhados das estruturas glaciais ao longo do tempo. A ideia é usá-los para entender como as plataformas de gelo respondem às mudanças climáticas e antecipar quando e onde o nível do mar irá mudar. Em dezembro, durante reunião da Sociedade Americana de Geofísica, em Washington, pesquisadores da Universidade da Califórnia em Irvine, nos Estados Unidos, apresentaram o primeiro mapa da Antártida produzido por InSAR, no qual foram analisadas 18 regiões do continente, incluindo ilhas próximas. Verificaram que a perda de massa de gelo era de 40 bilhões de toneladas por ano entre 1979 e 1990 e subiu para 252 bilhões de toneladas anuais entre 2009 e 2017, sobretudo na Antártida Oriental (PNAS, 14 de janeiro). Segundo os pesquisadores, os resultados indicam que essa região, que tem tanto gelo quanto a Antártida Ocidental e a Península Antártica juntas, é mais sensível às mudanças climáticas do que se pensava.
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Na Antártida, perda de gelo aumenta seis vezes em 40 anos

Taxa de degelo na Antártida alcançou 252 bilhões de toneladas por ano no período 2009-2017
NASA