A arqueóloga franco-brasileira Niède Guidon, diretora-presidente emérita da Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM), é a vencedora da 36ª edição do Prêmio Almirante Álvaro Alberto para a Ciência e Tecnologia, que na edição de 2024 é concedida na categoria Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes. O prêmio é oferecido anualmente pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em parceria com a Marinha do Brasil. A cerimônia de entrega do prêmio (medalha, diploma e R$ 200 mil) acontecerá na Escola Naval do Rio de Janeiro, dia 8 de maio. Guidon, de 91 anos, nasceu em Jaú, interior de São Paulo, filha de pai francês e mãe brasileira, graduou-se em história natural pela Universidade de São Paulo (USP), em 1959, e se especializou em arqueologia pré-histórica, com ênfase em pintura rupestre, pela Université Paris 1 Pantheon-Sorbonne, em Paris, em 1962. Doutorou-se na mesma instituição francesa em 1975. Em 1986, criou em São Raimundo Nonato, no Piauí, a FUMDHAM e dirigiu a entidade até 2019 – hoje é diretora-presidente emérita. A fundação é responsável pela proteção do Parque Nacional Serra da Capivara, declarado patrimônio cultural da humanidade pela Unesco. A arqueóloga identificou no parque mais de 700 sítios pré-históricos, entre os quais 426 paredes de pinturas e evidências de habitações humanas antigas. Com base em material arqueológico descoberto no Piauí, ela defendeu a hipótese de que o Homo sapiens chegou à região há mais de 100 mil anos, vindo da África por via oceânica, contestando teses aceitas pela arqueologia tradicional que situam a chegada do homem nas Américas há cerca de 13 mil anos, vindo da Ásia via estreito de Bering.
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Niède Guidon ganha Prêmio Almirante Álvaro Alberto
Arqueóloga criou a Fundação Museu do Homem Americano, no Piauí