Em 2012, nos dias que antecederam o anúncio do Nobel de Física, muitos apostaram que o prêmio iria para Peter Higgs e colegas, por terem proposto a existência de uma partícula essencial à teoria central da física, o chamado modelo padrão. Hoje, finalmente, a Academia Real Sueca de Ciências anunciou Higgs, da Universidade de Edimburgo, na Escócia, e François Englert, da Universidade Livre de Bruxelas, na Bélgica, como os laureados de 2013.
O motivo oficial da premiação é “pela descoberta teórica de um mecanismo que contribui para nossa compreensão da origem da massa de partículas subatômicas, que foi recentemente confirmada pela descoberta da partícula fundamental pelos experimentos Atlas e CMS no Grande Colisor de Hádrons [LHC] do Cern”. A descoberta feita nas instalações da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern) foi anunciada em julho de 2012, motivo pelo qual o assunto fervilhava um ano atrás. Mas os resultados do experimento ainda eram recentes demais, ainda em risco de serem refutados, para justificar o Nobel.
Englert e Higgs propuseram de maneira independente, em 1964, a existência da partícula que depois ficou conhecida como o bóson de Higgs. Os dois artigos, publicados na Physical Review Letters, estão disponíveis no site da revista: o de Engler e Brout, já falecido, publicado em agosto e o de Higgs, de outubro.
Mesmo trabalhando no mesmo assunto, os dois físicos se encontraram pela primeira vez apenas na conferência do Cern que anunciou a descoberta da partícula em julho de 2012, conforme contou Englert na entrevista que concedeu por telefone aos jornalistas reunidos na sede da Academia Real Sueca.
Para saber mais sobre o bóson de Higgs, veja em nosso arquivo:
– O físico Sérgio Novaes, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), comentou a descoberta do bóson em entrevista no programa Pesquisa Brasil
– Reportagem Quebra-cabeça em expansão explica as principais teorias da física
– Em 2008, Pesquisa FAPESP teve uma testemunha ocular em Genebra na última chance de visitar o LHC antes que entrasse em funcionamento. A reportagem Ponto de encontro explica as expectativas em torno do maior acelerador de partículas já construído
Mais informações (em inglês) no site do Nobel
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