Pesquisa feita nos Institutos Senai de Inovação poderá baratear e elevar a produção de álcool em gel no país. Os pesquisadores dos institutos de Biomassa, em Três Lagos (MS), de Biossintéticos e Fibras, no Rio de Janeiro, e de Engenharia de Polímeros, em São Leopoldo (RS), criaram um insumo alternativo ao polímero acrílico hidrossolúvel carbopol, espessante importado tradicionalmente usado para conferir viscosidade ao antisséptico. A nova formulação, fruto de parceria com o Centro de Tecnologia da Klabin, fabricante nacional de papel e celulose, e a empresa de cosméticos Apoteka, é elaborada a partir de celulose microfibrilada (MFC), uma nanocelulose extraída da madeira.
De acordo com comunicado à imprensa divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), ao qual os Institutos Senai de Inovação estão vinculados, o espessante vegetal gerou um pedido de patente por se tratar de inovação. O produto encontra-se em processo de validação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e já conta com laudos técnicos que atestam sua ação bactericida, segundo a CNI. A expectativa da entidade é que o sanitizante formulado com MCF entre em produção tão logo obtenha aval da Anvisa.
A procura por álcool em gel explodiu nos últimos meses no Brasil e no mundo em razão da pandemia do novo coronavírus, causador da Covid-19. Com isso, o preço do produto aumentou e houve escassez no mercado, em função, principalmente, da baixa oferta de carbopol. No fim de março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um documento com orientações sobre como produzir álcool em gel com espessantes alternativos.
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