Avançou-se um passo no sentido de explicar o mecanismo pelo qual a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford com a farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca pode levar, em casos muito raros, à formação de coágulos em vasos sanguíneos. Esse fenômeno resultaria de uma resposta imune semelhante à trombocitopenia induzida por heparina, um tipo raro de trombose observada em pacientes tratados com o anticoagulante heparina. Embora o uso de heparina favoreça o sangramento (e não a formação de trombos), nessa síndrome o anticoagulante estimula a produção de anticorpos que aderem às plaquetas, que, mesmo em número reduzido, disparam a hipercoagulação. Andreas Greinacher, da Universidade de Greifswald, na Alemanha, e colaboradores analisaram 11 pacientes (9 deles mulheres) com idade média de 36 anos. Todos tomaram a vacina AstraZeneca e desenvolveram trombos, acompanhados da diminuição das plaquetas. Seis morreram. Os 11 apresentavam anticorpos contra o fator plaquetário 4 no sangue, observado na trombocitopenia induzida por heparina, embora nenhum deles tenha tomado o medicamento (New England Journal of Medicine, 9 de abril).
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Novas pistas sobre os coágulos associados à vacina da AstraZeneca
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