Ano passado, quando uma variedade de milho especialmente cultivada para produzir uma proteína famacêutica foi encontrada crescendo nas lavouras comuns de alimentos dos estados de Iowa e Nebraska, nos Estados Unidos, as autoridades norte-americanas resolveram abrir as discussões sobre uma nova legislação para a produção de alimentos geneticamente transformados com fins farmacêuticos no país (NewScientist, 23 de março). Imediatamente, uma onda de boa vontade aflorou entre as empresas do setor, que prometem adotar medidas saneadoras mais austeras que as prescritas pela atual legislação. A própria ProdiGene – condenada e multada pelo acidente com o milho transformado – fala em reconquistar a confiança do público e propõe que as plantações com fins famacêuticos sejam rigorosamente inspecionadas por órgãos independentes.
“Precisamos tratar essas plantas como fármacos, e não como valor agregado à agricultura”, diz John Howard, consultor da ProdiGene. E esbraveja: “Há muita lassidão no sistema”. Já a Monsanto, gigante do ramo de agribusiness, quer ir além das medidas propostas pelo Departamento da Agricultura norte-americano, que recomenda, por exemplo, que o milho transformado seja plantado a uma distância de, no mínimo, 400 metros das plantações comuns. “Se for necessário”, diz Jon McIntyre, da Monsanto, “estamos preparados para aumentar esta distância para 8 quilômetros.”
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