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Tecnociência

Novidades sobre plantas mineiras

A influência do ambiente na síntese dos princípios ativos das plantas parece ser muito maior do que se pensava. Estudo realizado entre 1995 e 2001, que envolveu oito instituições mineiras, financiado na maior parte pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), mostrou dados surpreendentes sobre plantas medicinais comuns no estado (boa parte delas também presentes em outras áreas da região sudeste). Pesquisadores das universidades federais de Viçosa (UFV), Minas Gerais (UFMG), Lavras (UFLA), Ouro Preto (UFOP) e Juiz de Fora (UFJF), além da Embrapa Gado de Leite, Instituto Estadual Florestal e Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), avaliaram a estrutura genética das plantas e as condições ambientais de cultivo e colheita.

Eles desenvolveram novas metodologias, técnicas de cultivo e de melhoramento genético, controle de qualidade de matéria-prima e quantificação de rendimento. A pesquisa indicou que o horário da colheita pode alterar a eficácia de certas espécies, assim como a altitude em que são plantadas e se estão à sombra ou ao Sol. O manjericão (Ocimum basilicum), usado para problemas digestivos, se torna mais eficiente se colhido pela manhã. A carqueja (B. genistelloides), anti-anêmica e antidiabética, produz mais tanino na fase de floração.

A variedade da planta também influencia na produtividade do princípio ativo. Isto é, uma mesma espécie, cultivada e coletada nas mesmas condições ambientais, pode apresentar diferentes quantidades de princípio ativo. “O trabalho foi importante não só pelas descobertas, mas também pelo excelente resultado acadêmico”, diz o coordenador da pesquisa, Vicente Wagner Casali, da UFV. Quinze pesquisadores participaram do estudo, que gerou 18 teses de pós-gradução, entre mestrado e doutorado, além de artigos e publicações. O investimento da Fapemig foi de R$ 180 mil.

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