
Matheus Fernandes / UFRJRepresentação artística de dois Itaguyra occulta (em primeiro plano), que viveram há 237 milhões de anosMatheus Fernandes / UFRJ
Entre os fósseis guardados por décadas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) estava Itaguyra occulta, que parece ser uma nova espécie de silessaurídeo. Esse grupo por muito tempo foi considerado precursor dos dinossauros, mas é cada vez mais visto como o mais antigo de uma das linhagens de dinossauros, os ornitísquios (ver Pesquisa FAPESP n o 279). A novidade é esse animal ter vivido 237 milhões de anos atrás, uma época em que não se tinha registro de silessaurídeos na atual região Sul brasileira, considerada o berço mais antigo dos dinossauros, surgidos há cerca de 230 milhões de anos. O fóssil estava junto ao de um cinodonte, um ancestral dos mamíferos, e o paleontólogo Voltaire Paes Neto, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e o colega argentino Agustín Martinelli, do Museu Argentino de Ciências Naturais, reconheceram características dos silessaurídeos. A descoberta sedimenta esse grupo de animais como altamente persistentes diante de mudanças que causaram profundas alterações na fauna, permanecendo na região onde agora é o Rio Grande do Sul, por cerca de 11 milhões de anos (Scientific Reports, 30 de maio).
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