Depois de décadas de total ostracismo científico por razões políticas, Portugal vislumbra, em curtos anos, a entrada triunfante no clube dos países que produzem a melhor ciência do mundo. O Instituto de Sistemas e Robótica (ISR), por exemplo, é líder na tecnologia de robôs subaquáticos. O último projeto do ISR – um catamarã que controla um veículo submarino de pesquisa (AUV) – vem recebendo elogios de especialistas no assunto de todo o planeta. O fenômeno português é recente. “Há 20 anos, não existia ciência em Portugal”, diz Cecília Leão, vice-reitora da Universidade do Minho, em Braga.
A queda do ditador Antônio Salazar, em 1974, injeção constante de dinheiro da União Européia, à qual Portugal aliou-se em 1986, e reformas iniciadas pelo ministro da Ciência, o físico José Mariano Gago, deram um impulso sem igual à ciência portuguesa. O número de doutores subiu de 1,7 mil, em 1987, para 8 mil em 1999. O país gasta 0,63% do Produto Interno Bruto em ciência, mais do que Irlanda, Itália e Espanha. Nos próximos seis anos, o governo vai lançar projetos que devem consumir US$ 1,4 bilhão. É uma oportunidade sem igual na história de Portugal para a nova geração de cientistas.
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