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NEUROCIÊNCIA

O cérebro antes da esquizofrenia

Minicérebro gerado a partir de células da pele de portador de esquizofrenia

MINARDI-NASCIMENTO, J. et al. Cell & Bioscience. 28 nov. 2022 

De origem ainda não muito bem compreendida, a esquizofrenia é considerada por certos especialistas uma doença do neurodesenvolvimento, que se instala à medida que o cérebro amadurece. A bióloga Juliana Minardi Nascimento, do Laboratório de Neuroproteômica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e colaboradores do Rio de Janeiro e de São Paulo tentaram identificar alterações no funcionamento celular que ocorrem em estágios muito iniciais da formação do cérebro e poderiam levar à esquizofrenia. Para isso, avaliaram a produção de proteínas em modelos que representam diferentes fases da maturação cerebral: células imaturas (precursoras das diferentes células cerebrais); neurônios jovens; e organoides (minicérebros) compostos por vários tipos de células mais maduras, todos gerados a partir de células da pele de pessoas saudáveis e de portadores de esquizofrenia. Os pesquisadores identificaram cerca de 2 mil proteínas, das quais uma proporção que variou de 59% a 84%, de acordo com o estágio de maturação celular, era produzida em menor quantidade nas células derivadas de quem tinha esquizofrenia (Cell & Bioscience, 1º de dezembro). “Agora podemos começar a definir se aumentar o nível de certas proteínas que se encontram reduzidas no começo da esquizofrenia poderia reverter alguns efeitos da doença”, conta Nascimento.

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