Uma armação mergulhada em água e sabão nem sempre forma bolhas esféricas. Nicolas Vandewalle e sua equipe na Universidade de Liège, Bélgica, acompanharam as transformações de películas de sabão à medida que reduziam ou aumentavam a distância entre o topo e a base de um prisma de base triangular (sólido de cinco faces, em que a superior e a inferior são triangulares e paralelas, ligadas por três faces retangulares). Quando a distância correspondia à metade de um dos lados do triângulo, surgiram no interior da armação duas pirâmides triangulares (uma delas invertida), unidas por um fio. Se a distância entre as faces triangulares fosse menor que 40% dessa medida, formavam-se dois troncos de base triangular (figuras que lembram pirâmides sem o topo), um invertido sobre o outro. Nesse caso, porém, os lados da figura eram curvos (Physical Review E, no prelo). No contato entre eles, surgiu uma superfície triangular paralela às das extremidades do prisma. O experimento mostra um delicado equilíbrio chamado metaestabilidade e pode ajudar a entender como o arranjo das bolhas no interior de espumas sólidas determina suas propriedades macroscópicas.
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