David Stuckler, pesquisador da Universidade de Cambridge, publicou um artigo na revista PLoS Medicine em que sugere uma relação entre o avanço de casos de tuberculose em países do Leste Europeu e os cortes nos gastos de saúde decorrentes das exigências do Fundo Monetário Internacional para emprestar dinheiro a essas nações. Foram estudados registros de saúde em 21 países. Observou-se que a obtenção de um empréstimo foi seguida de elevações de 13,9% nos novos casos de tuberculose. Segundo o artigo, cada 1% de aumento de crédito associava-se a um aumento de 0,9% na mortalidade. Quando o país deixava de precisar do FMI, as taxas de mortalidade caíam em média 31%. “São muitas as correlações e elas se repetem em todos os países”, disse Stuckler ao jornal The New York Times. “Isso é ciência charlatã”, rebateu William Murray, porta-voz do FMI. “A tuberculose leva tempo para eclodir. O aumento na mortalidade tem a ver com eventos anteriores aos empréstimos.” O estudo avaliou estatisticamente o impacto de outros fatores sobre a incidência de tuberculose, como a Aids, a urbanização e o desemprego.
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