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Esporte

O futebol e o risco de demência

Uma das cabeçadas de uma final da Liga Europeia em Kiev em 2015

Aleksandr Osipov / Wikimedia Commons

Provavelmente por causa das colisões e pancadas na cabeça, os jogadores de futebol de elite correm risco maior do que o restante da população de desenvolver demência no final da vida. As evidências mais recentes estão em um estudo que acompanhou por quase 28 anos a saúde de 6.007 jogadores que participaram entre 1924 e 2019 na primeira divisão do futebol sueco masculino, a Allsvenskan, e comparou o desfecho dos atletas com o de 56.168 indivíduos da população de mesmo sexo, idade e condição social. Analisando registros médicos e atestados de óbito, o epidemiologista Peter Ueda, do Instituto Karolinska, em Estocolmo, concluiu que os futebolistas corriam um risco 1,5 vez maior de desenvolver doença neurodegenerativa do que as pessoas que não jogavam bola profissionalmente. Foi ainda um pouco mais elevada (1,62 vez) no primeiro grupo a probabilidade de ter especificamente a doença de Alzheimer ou outro tipo de demência e de morrer (1,69 vez) em consequência delas. Quem corre mais risco são os jogadores que atuam na linha de frente. Os 510 goleiros eram mais protegidos. Entre eles, a probabilidade de apresentar doenças neurodegenerativas foi semelhante ao do resto da população (The Lancet Public Health, 16 de março).

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