Quinze anos depois da construção do primeiro motor em escala micrométrica por uma equipe da Universidade da Califórnia, em Berkeley, Alex Zettl, outro físico da casa, anunciou, em julho, a criação do primeiro nanomotor – basicamente, um rotor de ouro compacto o suficiente para girar na haste de um nanotubo e viajar nas costas de um vírus. “É o menor motor já sintetizado pelo homem”, diz Zettl.
“A natureza consegue fazer alguns ligeiramente menores, mas estamos chegando lá”, disse em comunicado da universidade. Já era possível equipar nanotubos com transistores, mas esse novo sistema é diferente e pode ser controlado, pois ele gira e permite a ligação a fios elétricos externos. A peça inteira não tem mais de 500 nanômetros, ou 300 vezes menos que o diâmetro de um fio de cabelo humano. A parte que gira mede 300 nanômetros de comprimento e pode ser encaixada em um nanotubo de aproximadamente 5 a 10 nanômetros de espessura. Não faltam pretendentes para as aplicações.
Como pode ser posicionado em qualquer ângulo, seria muito útil, por exemplo, para redirecionar a luz nos circuitos ópticos ou misturar líquidos em escala micrométrica. Desbanca da condição de menor motor elétrico do mundo o chamado sistema microeletromecânico (MEMS). Fabricado em silício, em 1988, pela equipe do professor Richard Muller, da mesma universidade, o MEMS, com seus 100 micra de comprimento, apenas empata com o diâmetro de um fio de cabelo humano.
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