Não satisfeitos em apreciar a beleza natural de Fernando de Noronha, em Pernambuco, pesquisadores de várias instituições decidiram cavar mais fundo e averiguar a composição vegetal do arquipélago no passado. A equipe liderada por Luiz Carlos Pessenda, da Universidade de São Paulo em Piracicaba, analisou aspectos físico-químicos do solo e de sedimentos e identificou grãos de pólen fossilizados em vários ambientes das paradisíacas ilhas. Descobriram que nos últimos 7.400 anos a vegetação não mudou muito – tem gramíneas em áreas de ventos intensos, cactos nas regiões mais secas e formações de arbustos e árvores –, sinal de que mudanças climáticas não foram decisivas em moldar a flora atual, talvez porque o oceano Atlântico proteja as ilhas de grandes oscilações. O manguezal do Sueste pode ter sido mais afetado por mudanças do que outras zonas, de acordo com areia rica em conchas que indica alterações no nível do mar no final do Holoceno, por volta de 4.200 anos atrás e, novamente, há cerca de 2 mil anos. Os achados estão nos Anais da Academia Brasileira de Ciências.
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