As bactérias magnéticas são seres unicelulares ou pluricelulares que usam o campo magnético da Terra para se orientar. Isso porque elas produzem e mantêm dentro de si cristais nanométricos chamados magnetossomos que funcionam como ímãs comuns, do mineral magnetita. Elas se movimentam usando flagelos – estruturas que funcionam como nadadeiras – e, geralmente, nadam na direção do fundo do local onde vivem. Essas bactérias não crescem em ambientes com muito oxigênio e consomem carbono e nitrogênio.
Apesar de pouco conhecidas, são encontradas em ambientes aquáticos do mundo todo, como, por exemplo, Cananeia (litoral de São Paulo), lagoa Rodrigo de Freitas (Rio de Janeiro), mar Mediterrâneo e também na China. Elas preferem águas calmas, encontradas em baías, lagos ou lagoas.
Até hoje não há indícios de que causem danos à saúde. Esses microrganismos têm despertado interesse de pesquisadores, principalmente da área da computação e da biomedicina. Há tentativas de aplicá-los na criação de superfície magnética para computadores ou em meios de contraste usados em exames médicos. Essas propriedades, porém, ainda não são exploradas comercialmente. Outra curiosidade, com interesse para a indústria, é que esse ímã é permanente, ou seja, não se desmagnetiza.
No genoma das bactérias existe a informação para a produção de proteínas que interferem na sintetização dos magnetossomos.
Ulysses Lins, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
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