Arqueólogos de vários países participam de um esforço internacional para criar um catálogo dos objetos saqueados do Museu Nacional de Arqueologia, em Bagdá (Nature, 24 de abril). A esperança é que o inventário das imagens e as descrições detalhadas das peças, reunidas em uma base de dados, consigam ajudar no resgate ao tesouro pilhado.
O museu, invadido nos primeiros dias da ocupação norte-americana da capital iraquiana, tinha um acervo de cerca de 180 mil peças, entre placas cuneiformes, estátuas, cerâmicas e joalherias, algumas com até 7 mil anos de idade. Os esforços de catalogação estão a cargo de universidades e instituições dos Estados Unidos, da Grã-Bretanha, Alemanha, França e do Japão. McGuire Gibson, arqueólogo do Instituto Oriental da Universidade de Chicago, supervisiona o trabalho. Desde janeiro, Gibson apelava ao Pentágono para proteger o museu, que – até os Estados Unidos hoje reconhecem – só foi pilhado por descaso das forças de ocupação.
Outro objetivo dos americanos é monitorar cientistas iraquianos que ajudaram a desenvolver armas biológicas e impedir que vendam seu conhecimento no exterior, como aconteceu após o fim da União Soviética. Embora acredite que essa tendência não seja importante, David Franz, ex-inspetor de armas da ONU no país, pergunta: “Será que podemos encorajar esses cientistas a ficar no país e ajudar a construir uma indústria de biotecnologia para o bem dos iraquianos?”
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