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MEDICINA

O ressurgimento do vírus sabiá

Um grupo coordenado pelas infectologistas Ana Catharina Nastri e Anna Sara Levin, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, identificou dois novos casos de febre hemorrágica brasileira, causada pelo vírus sabiá, do gênero Mammarenavirus, de 2019 para cá. Antes, apenas outros dois casos da doença já haviam sido detectados no Brasil, o último há mais de 20 anos. Os acontecimentos recentes ocorreram nos municípios de Assis, em 2019, e de Eldorado, em 2020, ambos no interior de São Paulo. Os pesquisadores usaram uma técnica chamada metagenômica, que permite analisar o material genético recuperado de amostras ambientais e não depende do isolamento e cultivo de vírus em laboratório. Segundo eles, dois homens, de 63 e 52 anos, morreram dias após apresentarem os mesmos sintomas: febre, dores musculares e abdominais, náusea e prostração. Eles também tiveram sangramento, insuficiência renal e perda do nível de consciência (Travel Medicine and Infectious Disease, 7 de maio). A suspeita é de que tenham se infectado após inalarem partículas virais da urina, fezes ou saliva de roedores contaminados em ambiente silvestre. Não foram identificadas infecções pelo patógeno em ambiente hospitalar. Como são poucos casos registrados até o momento, não é possível ter certeza sobre as formas de transmissão.

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