Bebês que nascem prematuros – com menos de 33 semanas de gestação, em vez das 40 ideais – correm alto risco de desenvolver distúrbios mentais e de aprendizado decorrentes de prejuízos no desenvolvimento cerebral. Um estudo liderado pelos médicos Maria Makrides, do Instituto de Pesquisa em Saúde da Mulher e da Criança, e Robert Gibson, da Universidade de Adelaide, ambos na Austrália, mostrou que uma solução simples pode ajudar: cápsulas de óleo de atum. O experimento, desenvolvido em cinco hospitais australianos, se baseou na descoberta de que os problemas vêm da carência de um lipídio chamado ácido docosahexanoico – da família dos ácidos graxos ômega-3, abundantes no óleo de peixe – nessa fase do desenvolvimento cerebral. O grupo testou 657 recém-nascidos, que receberam altas doses de óleo de atum pelo leite materno ou misturado à fórmula especial para bebês. Numa avaliação feita aos 18 meses de idade, as crianças que haviam consumido óleo de atum apresentaram risco 50% menor de sofrer prejuízo de desenvolvimento do que as não-tratadas, mostraram os resultados publicados em janeiro no Journal of the American Medical Association (JAMA). Resta um mistério, que os médicos ainda não sabem explicar: o efeito foi maior em meninas do que em meninos.
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