Estudos recentes sugerem que os brasileiros não estejam assim tão distantes do estereótipo do preguiçoso norte-americano, o chamado couch potato – batata de sofá, numa tradução livre. O número de brasileiros que fogem dos exercícios nas horas de folga é de duas a três vezes mais elevado que os registrados nos Estados Unidos ou em países europeus, de acordo com uma série de artigos publicados numa edição especial da Revista Panamericana de Salud Pública sobre atividade física. Apenas 13% dos brasileiros fazem um mínimo de 30 minutos de atividade física em um ou mais dias da semana.
Portanto, 87% não pensam duas vezes antes de deixarem-se cair na poltrona da sala, enquanto nos Estados Unidos 38% da população não cumpre essa meta mínima de exercícios e na Europa, 32%. Os dados emergem de um estudo coordenado por Carlos Augusto Monteiro, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), e publicado na revista, editada pela Organização Panamericana de Saúde (Opas).
Monteiro tomou como base a Pesquisa sobre Padrões de Vida, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de março de 1996 a fevereiro de 1997, com uma amostra de quase 4.900 residências das regiões Nordeste e Sudeste – onde moram 70% da população – e 11.033 pessoas com pelo menos 20 anos de idade. Dos 191 países que integram que a Organização Mundial da Saúde (OMS), da qual a Opas é uma ramificação, apenas 31 fizeram esse tipo de levantamento. O editorial da Revista Panamericana de Salud Pública alerta para o fato de que a proporção da população das Américas cuja saúde se encontra em risco em conseqüência da vida inativa aproxima-se de 60%.
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