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Psiquiatria clínica

Perda de neurônios em Alzheimer

Com a descoberta de que a neurogênese constitutiva persiste no cérebro adulto, surgiu a hipótese na literatura de que a doença de Alzheimer poderia ser superada, ou pelo menos melhorada, visto que a geração de novos neurônios poderia ajudar a compensar a perda de neurônios na doença. No trabalho “Enriquecimento ambiental como estratégia para promover a neurogênese na doença de Alzheimer: possível participação da fosfolipase A2”, de Evelin L. Schaeffer, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, foi revisada a literatura sobre a neurogênese endógena no cérebro de sujeitos e modelos animais com Alzheimer, os efeitos de atividade cognitiva sobre a neurogênese e a relação entre a enzima fosfolipase A0 (PLA2) e a neurogênese. A base de dados MedLine foi pesquisada utilizando as palavras-chave doença de Alzheimer, atividade cognitiva, fosfolipase A2, neurogênese e neuritogênese. A revisão da literatura evidenciou neuroproliferação aumentada no cérebro com Alzheimer, no entanto os novos neurônios falham em se diferenciar em neurônios maduros. Uma estratégia não farmacológica, ambiente enriquecido, aumenta a neurogênese (incluindo amadurecimento neuronal) em animais experimentais. Relação entre PLA2 e neurogênese tem sido demonstrada em modelos experimentais in vitro e in vivo. Os dados indicam que o enriquecimento ambiental (com estimulações cognitiva e física) poderia ser uma estratégia apropriada para promover a neurogênese endógena na doença de Alzheimer e sugerem a participação da PLA2 na neurogênese promovida por estimulação cognitiva.

Revista de Psiquiatria Clínica – vol. 37 – nº 2 –  São Paulo – 2010

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