Imprimir Republicar

Boas práticas

Periódico destaca o estresse causado em editores e revisores encarregados de detectar má conduta

Um editorial publicado no Journal of Mental Health chamou a atenção para a ansiedade enfrentada por editores e revisores de periódicos científicos em seu trabalho contínuo para detectar diferentes tipos de má conduta em artigos submetidos para publicação. Segundo o texto, pouco se escreveu até hoje sobre os efeitos que comportamentos antiéticos de autores causam sobre editores responsáveis pela decisão de aceitar ou rejeitar um paper.

Assinado pelas psicólogas Til Wykes, editora-executiva da publicação, e Anna Parkinson, o editorial afirma que identificar evidências de múltiplas possibilidades de fraude nos papers, que vão do plágio a conflitos de interesse escamoteados, passando por métodos sofisticados de fabricação de dados e de violação do processo de revisão por pares, implica lidar com uma carga cada vez maior de tensão, de incertezas e de trabalho. “Se não for tratado de modo estratégico, o estresse causado pode levar a maus resultados em termos de saúde mental, especialmente porque a comunidade científica espera que editores e pesquisadores que fazem revisão por pares tenham um papel de liderança para prevenir a entrada nos registros científicos de artigos falsos”, diz o texto.

De acordo com as autoras, os editores tendem a contornar a ansiedade imprimindo uma velocidade rápida ao processo de decisões, o que pode gerar efeitos colaterais, como equívocos ou avaliações enviesadas. Para apoiar a tomada de decisões, o editorial sugere que as editoras continuem a investir em tecnologia para ajudar a detectar de forma automática indícios de desvios éticos. Também recomenda que os editores sejam criteriosos para não desperdiçar o tempo dos revisores de artigos com microtarefas que aumentam a ansiedade – e que prestem atenção em possíveis vieses causados pela tomada rápida de decisões.

Republicar