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Estratégias

Pesquisa ameaçada na Califórnia

A recessão, que já dura dois anos e vem sendo considerada a pior já enfrentada pela indústria de tecnologia da informação nos Estados Unidos, está forçando as empresas do Vale do Silício, na Califórnia, a cortar gastos com pesquisa e desenvolvimento (Financial Times , 30 de setembro). Só entre os 30 maiores grupos da região, os gastos com P&D caíram 5% no primeiro semestre de 2002. A crise já decepou mais de 110 mil empregos e faz proliferar os cartazes de “aluga-se” nas fachadas de ex-promissoras start-ups . Os otimistas entendem que a crise é passageira.

Não é o que parece. As injeções de capital de risco, por exemplo, cresceram apenas US$ 147 milhões no primeiro semestre deste ano, contra US$ 6,4 bilhões no mesmo período em 2000. Muitos acreditam que os cortes vieram para ficar. E não tanto por culpa da recessão. “Nossa indústria está ficando madura”, diz Larry Ellison, presidente da Oracle, a maior desenvolvedora de software da Califórnia. “E, à medida que se amadurece, a taxa de inovação diminui.” Pode ser. Mas, longe dali, em Redmond, chama atenção a ousadia da Microsoft, de Bill Gates, maior rival dos californianos, que anunciou um aumento de 20% – ou US$ 5,2 bilhões – em P&D para este ano e montou um laboratório no vale.

“Por que não?”, pondera Rick Rashid, diretor de pesquisa da Microsoft. “Agora dá para contratar gente muito boa, as universidades estão todas lá e a infra-estrutura continua intacta.”

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