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Pimenta-longa vira cosmético e inseticida

Pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estão criando tecnologia para tornar a pimenta-longa (Piper hispidinervum) uma cultura comercial. O objetivo é atender à demanda pelo óleo essencial safrol, usado por indústrias de cosméticos (como fixador) e de inseticidas. O safrol é comumente extraído do sassafrás (Ocotea pretiosa Mezz ), cuja exploração na Mata Atlântica foi proibida há alguns anos. Hoje o óleo vem da China e do Vietnã, onde é obtido da mesma forma destrutiva antes praticada aqui. Como o safrol também está presente na pimenta-longa, nativa do Acre, surgiu o interesse em cultivá-la.

Os pesquisadores desenvolveram tecnologias simples para destilar o óleo e vendê-lo às empresas. Ao mesmo tempo, observaram a planta em seu habitat natural – áreas de capoeira -, verificando variações do teor de safrol e de resistência a doenças. O projeto, que tem a parceria da agência britânica de desenvolvimento (DFID), selecionou 30 produtores em duas associações, de Rondônia e do leste do Pará. Cada associação tem uma destilaria comunitária. As empresas Geroma do Brasil, Pirisa Piretro e Endura Spa participam financiando as destilarias e comprando a produção. Os produtores receberam treinamentos sobre cultivo, beneficiamento e detecção de doenças.

Há uma expansão gradual e controlada das áreas de cultivo, considerando que o processo de domesticação da espécie é recente. São monitorados os custos e as etapas do processo, para assegurar sua viabilidade econômica, e a qualidade do óleo é rigorosamente controlada, pois deve ter um teor de safrol de, no mínimo, 90%. Em três anos, houve três colheitas. Segundo dados preliminares, o cultivo pode atingir uma produtividade anual por hectare de 200 a 250 quilogramas de óleo, cotado entre US$ 4,5 e US$ 8 por litro. Os resultados já atraem outros produtores.

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