Esta edição de Pesquisa FAPESP tem um caráter especial. Ela inaugura o novo projeto gráfico da revista, em paralelo a leves mudanças no projeto editorial. Trata-se de uma evolução que busca responder a recentes avaliações do conselho editorial e do comitê científico da publicação, no sentido de um aperfeiçoamento para tornar sua leitura mais agradável e fácil, sem nenhuma concessão, entretanto, ao rigor das informações e à relevância científica e jornalística dos temas escolhidos como objeto das reportagens, notícias e comentários.
Destaco entre os aspectos mais importantes desse novo projeto gráfico, cuja autora é nossa jovem editora de arte, a designer Laura Daviña, 29 anos, com suporte de nossa consultora Mayumi Okuyama, a escolha de uma família tipográfica para ser usada na revista inteira, lhe conferindo identidade clara e coesão, e o desenvolvimento de uma fonte exclusiva da Pesquisa FAPESP para a titulagem, trabalho do designer Paulo André Chagas, orientado por Laura a perseguir desenhos de letras que trouxessem uma harmonia entre formas geométricas puras e as chamadas formas orgânicas. Ressalto também, no campo da linguagem visual, o uso mais intenso da fotografia como fonte efetiva de informação, a eliminação dos grafismos, ou seja, dos elementos meramente decorativos que por vezes “enfeitavam” a revista e o recurso recorrente aos infográficos, nos quais fotos ou ilustrações são peças de uma estrutura narrativa. A capa se manterá em harmonia com a concepção geral do novo projeto gráfico, mas tivemos o cuidado de preservar a logomarca da revista muito próxima daquela que se afirmou ano após ano aos olhos de nossos leitores. Para os amantes do design, muitos outros detalhes do projeto podem ser lidos em nosso site.
Quanto ao que chamei de leves mudanças editoriais, será possível observar que, além de termos criado novas seções, concentramos praticamente todas no começo da revista. É esse o caso de Wiki, respondendo a questões propostas pelos leitores, na página 9, e de On-line, na página 8, com dicas sobre nosso site. Também de Dados e projetos, na página 10, que traz os mais recentes temáticos contratados pela FAPESP, além de uma tabela relevante para a cienciometria nacional, e de Boas práticas, na página 11, que destaca casos internacionais relevantes de combate a fraudes científicas. Ambas são contribuições diretas da Diretoria Científica da Fundação. Vale dizer ainda que renomeamos a página 3, Imagem do mês, para Fotolab. O que queremos com ela é mostrar belas imagens do processo de produção de conhecimento científico no país e por isso estamos solicitando aos pesquisadores que nos apresentem as fotografias mais especiais de seus trabalhos. Deixamos ao olhar atento do leitor a identificação de outras mudanças.
Para finalizar, gostaria de comentar a reportagem de capa desta edição, sobre o efeito da bradicinina na transformação de células-tronco em neurônios. Obtê-la foi resultado de um percurso cheio de peripécias depois que constatamos, por volta do dia 15 de outubro, que a capa programada, por ora, precisava ser derrubada. Começou então nossa caçada a um tema de pesquisa relevante, com novidades de indiscutível interesse jornalístico e que pudesse ser bem destrinchado em poucos dias. A lista dos projetos temáticos recém-concluídos no site institucional da FAPESP foi um bom guia. Depois de descartarmos por diferentes razões várias hipóteses, no dia 21, nosso editor de ciência, Ricardo Zorzetto, propôs que fôssemos atrás do temático coordenado por Alexander Ulrich. Embarcamos nessa sugestão. Na tarde do dia 22, um sábado, ele estava na casa do pesquisador para entrevistá-lo. Ao sair de lá tinha certeza de que estávamos em posse de um belo assunto para a capa. A partir daí, tratava-se de ler vários artigos, entrevistar vários pesquisadores, levantar os dados relevantes para um infográfico e, por fim, escrever. Para dividir com ele a tarefa, o escalado foi o editor especial Carlos Fioravanti. E do trabalho dos dois resultou uma bela reportagem que mostra a partir da página 18 um avanço muito interessante nos caminhos da diferenciação celular e da formação dos ainda misteriosos neurônios humanos. Boa leitura!
Republicar