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Botânica

Plantas medicinais

Doenças de origem broncorrespiratória, infecções uro-genitais, problemas de coluna, verminose e até impotência sexual são tratadas na região do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e da cidade do Alto Paraíso pela medicina popular elaborada à base de ervas nativas. O artigo “Uso de plantas medicinais na região do Alto Paraíso de Goiás”, de autoria de Cynthia Domingues de Souza, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e Jeanine Maria Felfili, da Universidade de Brasília (UnB), relata o resultado de entrevistas com a comunidade local sobre o uso cotidiano dessas plantas. O trabalho concluiu que nas espécies arbóreas a entrecasca e as sementes são usadas com mais freqüência. E poucas são as espécies vegetais do Cerrado -entre os estratos, ervas, arbustos e árvores – que não têm aplicação para uso humano: 69% das 103 espécies citadas pelos entrevistados como úteis pertencem à flora nativa. As dez espécies medicinais mais utilizadas foram citadas por todos os entrevistados: chapéu-de-couro (Echinodorus macrophyllus (Kunth) Micheli), arnica (Lychnophora ericoides Mart.), plantas nativas de porte herbáceo/arbustivo; as arbóreas nativas, jatobá (Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne), tingui (Magonia pubescens A. St.-Hil.) e o barbatimão (Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville) e duas ruderais, carrapicho (Acanthospermum australe(Loefl.) Kuntze) e mastruz (Chenopodium ambrosioides L.), de porte herbáceo/arbustivo. Apesar dos benefícios do conhecimento popular e uso medicinal das plantas, o estudo avalia que a exploração extrativista vegetal está sendo feita de maneira indiscriminada e aponta para a necessidade da elaboração de um programa eficiente de manejo sustentado.

Acta Botanica Brasílica, vol. 20, nº 1, São Paulo,jan./mar. 2006

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