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Computação

Ponte entre teoria e prática

Tese de Claudia Melo, diretora de tecnologia da ThoughtWorks, foi desenhada para gerar impacto na academia e na indústria

Claudia Melo: tempo dividido entre trabalho e projeto de pesquisa

arquivo pessoalClaudia Melo: tempo dividido entre trabalho e projeto de pesquisaarquivo pessoal

A tese de doutorado da brasiliense Claudia de Oliveira Melo, de 34 anos, diretora de tecnologia da empresa norte-americana ThougthWorks (TW) no Brasil, foi o instrumento que lhe deu uma visão profunda sobre como acontece a transferência de conhecimento entre teoria e prática e vice-versa. “Consigo fazer pontes entre esses dois universos, o que me ajuda a orientar pessoas sobre como explorar informação e gerar conhecimento ou aliar resultados recentes de pesquisas científicas com o estado da prática na indústria”, diz Claudia, que também é pesquisadora associada ao Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP), onde fez o doutorado em ciência da computação. Sua pesquisa de doutorado, desenhada para gerar impacto na academia e na indústria, foi escolhida como uma das seis melhores teses em 2013 em concurso feito pela Sociedade Brasileira de Computação. “O meu problema de pesquisa surgiu durante uma reunião com o então chefe de TI do Banco Central, onde ele perguntou se métodos ágeis de desenvolvimento de software trariam maior produtividade para as organizações.”

Há dois anos e meio, ela começou a trabalhar na TW, empresa de consultoria global e de criação de software. “Ao conciliar o fim do doutorado e o meu primeiro projeto na TW, consegui não apenas aplicar conhecimentos da minha pesquisa para o sucesso do projeto, como também refinar os resultados científicos da minha pesquisa por meio de validação prática.” Na USP, Claudia participa de um projeto de pesquisa chamado “Empreendedorismo em computação e o ecossistema de startups de software”, em que coorienta informalmente um aluno de doutorado. A pesquisa é feita em colaboração entre o IME-USP, a Israel Institute of Technology (Technion), a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e o Instituto Tecnológico Vale. Na sua trajetória profissional, ela já passou por pequenas e grandes empresas e também teve sua própria startup em consultoria. Em 2001, um ano após ter concluído a graduação em ciência da computação na Universidade Federal de Uberlândia (MG), Claudia trabalhava no Rio de Janeiro, mas sentiu necessidade de voltar a estudar para melhorar o desempenho no trabalho. Aos 21 anos, Claudia mudou para São Paulo e começou a fazer o mestrado no IME. E uma terceira carreira surgiu com a sua entrada na USP: começou a trabalhar como docente em computação em universidades como Senac (SP) e Católica de Brasília (DF), onde também foi coordenadora de uma pós-graduação. “Durante quase uma década da minha vida conciliei indústria, pesquisa e docência.” Em 2009, deixou dois empregos para voltar à USP como doutoranda.

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