Surgem novas evidências de um mecanismo fisiológico que pode explicar a baixa eficácia em algumas áreas do mundo da BCG, a única vacina existente contra a tuberculose, causada por uma bactéria (Mycobacterium tuberculosis) que mata quase 2 milhões de pessoas por ano. Estudos indicam que a BCG protege cerca de 80% das pessoas vacinadas na Inglaterra, mas quase não tem ação preventiva na Índia e na África. Para alguns grupos, essa variação se deve à diversidade genética das populações. Outros propõem que a exposição a outras bactérias do gênero Mycobacterium antes da vacinação mascare ou reduza a resposta imune. Testes de pesquisadores da Universidade Nacional de Cingapura favorecem a última hipótese. A equipe de Peiying Ho aplicou a BCG em dois grupos de camundongos: um que havia tido contato com M. cheloane, que não causa a doença; e outro sem contato com a bactéria. O primeiro grupo produziu mais comunicadores químicos que bloqueiam a atividade imune do que o segundo. Em outro teste, eles extraíram dos dois grupos de animais células de defesa T reguladoras, que inibem a ação do sistema imune, transferiram-nas para roedores que não haviam entrado em contato com M. cheloane e, em seguida, os vacinaram. Os animais que receberam as células T dos camundongos expostos à M. cheloane apresentaram resposta imune mais baixa (Journal of Leucocyte Biology, dezembro). “Descobrir as razões da ineficácia da BCG pode auxiliar no desenvolvimento de vacinas mais eficientes”, disse Geok Teng Seah, membro da equipe.
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